Conheço poucos bebês que não se encantam por coisas brilhantes e coloridas.
É um fascínio maluco, né?!
Ah, tem trem mais lindo do que ver aqueles olhinhos curiosos e as mãozinhas inquietas buscando descobrir o mundo?
Pronto, é só isso!
Qual o problema se o brilho for de um urso cor-de-rosa nas mãos de um menino?
Ou se for um carrinho de borracha todo colorido de azul e verde que a menina adora morder pra coçar a gengiva?
Das brincadeiras às cores e roupas, tudo é motivo para experimentarmos a segmentação de gêneros e, consequentemente, um preconceito descabido.
Rosa é cor de menina.
Azul é cor de menino.
Meninas brincam de bonecas e meninos brincam de carrinho.
Menina usa laço.
Menino usa boné.
Não!
Isso é apenas repetição de um comportamento carregado de pré-conceitos, que vivemos ao longo de anos, e prejudica sim o desenvolvimento do seu filho ou da sua filha.
O nome disso é imposição de uma ideologia de gênero que, de forma nenhuma, vai definir ou afetar a orientação sexual da criança.
PeloamordeDeusss!
Sua filha gosta de carrinho? Seu filho gosta de boneca? Ahhh, tudo bem! Deixa brincarem!
Brincar deve ser livre de qualquer imposição ou limitação. Os marcadores de gêneros, tão presentes no nosso mundo, limitam as escolhas das crianças.
E, ao contrário, o que queremos é que as crianças cresçam livres, com todas as possibilidades de descobertas e exploração do mundo.
As brincadeiras estimulam a criatividade, independentemente se estão ou não orientadas para qualquer gênero.
Carrinho, boneca, bola, casinha...
Cada uma tem seu papel e benefício na construção da personalidade da criança, ampliando o repertório e incentivando as fantasias que são tão importantes para o desenvolvimento dos pequenos.
As crianças não nascem sabendo distinguir nem segmentar o que é de cada gênero.
Elas apenas repetem o que ouvem ou o que os adultos ensinam.
E esses conceitos passam de geração para geração há muuuuito tempo.
Sabe aqueles hábitos culturais que são repetidos e as pessoas nem sabem mais por quê?
As conversas em família, os comportamentos e o nosso dia-a-dia são repletos de pré-conceitos, que muitas vezes nem percebemos.
As diferenças existem, não dá pra negar. Mas há também a diferenciação preconceituosa que a sociedade gera e não tem nada a ver com a nossa essência.
Precisamos quebrar esse ciclo!
É nosso papel ajudar a criar um ambiente mais igualitário para nossos filhos e dizer não à imposição de gêneros.
Parece bobagem para você?
Essa ideologia está nos brinquedos, nas roupas, nas brincadeiras e até na escola! Sim!
Uma amiga, mãe de uma menininha espoleta de quase três anos, me contou da experiência que teve recentemente ao mudar a filha de escola.
Ela se mudou de cidade e a escolha da nova escola considerou muitas coisas, mas ela nunca imaginava que precisaria se preocupar com essa questão de gêneros.
Na nova escola, logo na primeira semana, a pequena foi “ensinada” a usar o banheiro de meninas. Até aí tudo bem. Mas a mãe, conversando com a filha, descobriu que a turma era “dividida” em grupo das meninas e grupo dos meninos para irem ao banheiro e isso desencadeou uma série de comportamentos estranhos na garotinha, do tipo: “isso é cor de menina, mamãe” ou “papai não pode entrar no banheiro porque ele é menino”...
Enfim, nem preciso dizer que minha amiga acabou tirando a filha dessa escola, mesmo depois de ter conversado com a professora, a diretora, a dona e ter percebido que elas nem achavam que estavam fazendo nada demais. Era normal!
Além de tudo que mencionei, acho que a neutralidade de gêneros é mais sustentável e bem mais econômica!
Já pensou em ter roupas de bebê que sua filha usou e depois quando nascer o menino, ele poderá usar também? Sem neuras!
Sei o quanto esse assunto é polêmico e o mais importante aqui é provocar a reflexão sobre esse tema, incentivar a discussão e a conversa cada vez menos estigmatizada.
Só debatendo o assunto vamos evoluir para respeitar escolhas, compreender as particularidades de cada um, com amor e sem rancor.
Vamos combinar, seria incrível essa nova geração crescer sem fronteiras de gênero, não seria?